Eu, robô

Eu, Robô é uma coletânea de contos da década de 1950, considerada precursora da robótica. Isaac Asimov, cientista e escritor, cresceu fascinado pela ciência, mais especificamente pelos robôs. Na infância, já criava histórias em que eles eram protagonistas, com papéis centrais de vilões. Porém, na fase adulta, sua percepção sobre eles mudou drasticamente. Ele passou a acreditar que os robôs poderiam ter uma relação de auxílio com os humanos. Foi com esse pensamento que, em 1942, Asimov escreveu um conto e implementou, pela primeira vez, as Três Leis da Robótica.
Essas leis consistem basicamente em:
- Um robô não pode ferir um ser humano, nem, por omissão, permitir que ele seja ferido.
- Um robô deve obedecer às ordens dadas por seres humanos, exceto nos casos em que tais ordens entrem em conflito com a Primeira Lei (1ª Lei).
- Um robô deve proteger sua própria existência, desde que essa proteção não entre em conflito com a Primeira (1ª Lei) ou a Segunda Lei (2ª Lei).
Hierarquia de comando
Um ponto importante é que as leis seguem uma hierarquia de comando, na qual cada uma é subordinada à anterior. Tais leis foram criadas com o objetivo de estabelecer uma relação harmoniosa e segura entre humanos e robôs. É isso que observamos nos nove contos reunidos nesta obra.
Na história, acompanhamos a doutora Susan Calvin, funcionária da U.S. Robots, uma empresa fabricante de robôs. Psicóloga especializada em robótica, ela estuda o comportamento das máquinas para entender os bugs que estas possam apresentar.
Já na faixa dos 70 anos, tomada pela nostalgia, Susan concede uma entrevista a um jornalista e relata todas as histórias que ouviu ou presenciou — narrativas que abordam desde robôs básicos até os mais complexos, dotados de inteligência avançada.
São nesses relatos que vemos questões éticas e sociais sendo abordadas. Em cada conto, há um problema a ser solucionado, e todos acabam esbarrando nas Leis da Robótica. Em tom de mistério e investigação, Susan e outros cientistas tentam compreender os problemas que um robô apresenta. É surpreendente como, a cada evolução, os robôs se tornam mais humanizados e até mesmo autossuficientes.
Os contos são de fácil compreensão. Mesmo com uma linguagem rebuscada, com referências a conceitos científicos e bioquímicos, a escrita não é complexa. É perfeitamente compreensível o que o autor deseja transmitir ou explicar e, devido à fluidez da narrativa, a história se torna envolvente, instigando o leitor a desvendar e compreender a psicologia robótica.
Eu, Robô é um marco da ficção científica, uma obra que mudou a forma de pensar sobre robótica e serviu de base para inúmeras outras obras do gênero, como Blade Runner, 2001: Uma Odisseia no Espaço, Star Trek, Westworld, entre outras. É um excelente livro e leitura obrigatória para quem deseja iniciar-se no gênero. Uma obra que expandirá sua mente e fará refletir sobre o ser humano e o avanço das tecnologias robóticas.
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