A Lenda da Serpente Branca

Maísa Carvalho

Mas ali, sozinhos, Xian e Zhen não eram um príncipe e um espírito de serpente; eram dois rapazes que arriscariam a vida um pelo outro, repetidamente, sem pensar duas vezes.

Se você curte histórias com espíritos imortais, artes marciais místicas e amores proibidos que atravessam o tempo, A Lenda da Serpente Branca, de Sher Lee, é um prato cheio. Inspirado em um dos contos mais famosos da mitologia chinesa, o livro reinventa a narrativa clássica — com uma abordagem LGBTQIAPN+ — e oferece um romance young adult cheio de charme, magia e drama.

Nesta versão, o espírito da serpente branca não é uma mulher apaixonada por um homem mortal, mas sim um jovem espírito masculino, Zhen, que se apaixona por Xian, o príncipe herdeiro de Wuyue. A conexão entre os dois é imediata — e sim, o romance acontece rápido demais. Mas apesar do famigerado “amor instantâneo”, a relação entre eles é fofa, tocante e cheia de pequenos momentos que aquecem o coração. Para quem já está acostumado ao estilo dos dramas chineses, com seus gestos intensos e emoções à flor da pele, isso não chega a incomodar — pelo contrário, casa bem com a proposta.

A ambientação é rica em elementos da cultura chinesa, especialmente do subgênero xianxia — aquele que mistura fantasia, artes marciais e imortalidade. A autora mergulha em tradições, costumes e mitologia, recriando um cenário onde lendas ganham vida e decisões têm consequências cósmicas. A ideia é belíssima, mas fica a sensação de que a construção de mundo poderia ter sido mais explorada. Changle e Wuyue, os principais locais da trama, não ganham vida como poderiam, o que pode frustrar leitores que esperam uma imersão total em cenários fantásticos.

A Lenda da Serpente Branca tem seus méritos. A leitura é fluida, o ritmo prende, e o livro entrega emoção o suficiente para deixar um sorriso no rosto (e talvez uma lágrima no final). O epílogo, embora divisivo, tenta oferecer uma conclusão agridoce, que certamente deixa a história no coração por mais tempo.

Sher Lee não acerta em tudo, mas cria uma narrativa que mistura mito, magia e amor com uma sensibilidade única. É uma leitura ideal para quem busca um romance YA diferente, com representatividade e um toque de fantasia oriental que foge do comum.

Indicação de idade: 16 anos


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