Redescobrindo Jurassic Park: a leitura que surpreende até os fãs

Aline Caldas

Você já ouviu falar de Madeleine de Proust? Essa é, a grosso modo, uma expressão utilizada quando algum cheiro, sabor, imagem, et cetera, nos faz recordar uma memória. Comecei o texto dessa forma porque, para mim, e talvez para você também, os dinossauros desbloqueiam diversas memórias da infância.

Desde criança, sou apaixonada por essas criaturas gigantescas que vivem em nosso imaginário e habitaram o nosso planeta há milhões de anos. Os meus favoritos sempre foram os tricerátops e os apatossauros — pelo menos até assistir aos filmes das franquias Jurassic Park e Jurassic World e me apaixonar pela velociraptor Blue.

Apesar de ser grande fã dos filmes, nunca tinha tido a oportunidade de ler o livro de Michael Crichton no qual eles foram baseados. Imagine, então, a minha felicidade e empolgação ao finalmente ter contato com a obra Jurassic Park. As edições brasileiras, além de lindas, trazem uma baita aventura em uma Terra na qual os nossos amigões voltam à vida.

Talvez chamar todas as espécies de dinossauros de “amigas” seja um pouco… exagerado. Tudo bem, eu admito — é que a ideia de sermos amigos deles é muito legal. Tão legal que o CEO fictício John Hammond resolveu trazer essas criaturas de volta à vida em um parque: o Jurassic Park.

Na narrativa, há pessoas que querem lucrar com a tecnologia de clonagem de DNA de um animal extinto, descoberta pela InGen, mas há também aquelas que são fascinadas por esses animais — e, só de poderem interagir e observá-los, já é a realização de um sonho. Particularmente, consigo me identificar com o segundo grupo.

Porém, nem tudo são flores, e é em um cenário de desconhecimento e caos que o livro começa. Ataques a crianças e bebês em uma ilha na Costa Rica viram alvos de investigação: quem estaria por trás desses episódios? Seria algum tipo de lagarto? Ou quem sabe morcegos? A população chega até mesmo a cogitar que seja obra de alguma figura do folclore local.

O início da narrativa me surpreendeu. Pelas minhas memórias do filme, eu esperava um livro com dinossauros desde a página um, e, realmente, meu pedido foi atendido, mas na forma velada de um suspense. As primeiras cem páginas são um grande mistério, e a nossa ansiedade só aumenta com o decorrer da história. Mesmo já tendo assistido aos filmes, a obra se revelou surpreendente e com nuances únicas.

A história é veloz, nossos olhos correm pelas palavras quase tão rapidamente quanto um velociraptor perseguindo suas vítimas. As cenas são fortes, bem descritas e muito visuais. As sensações escapam da história e nos inundam. Conseguimos nos incomodar profundamente com a insistência da menininha Lex em pirraçar o irmão Tim, nos irritar com os caprichos do ricaço John Hammond e nos encantar com as pequenas descobertas práticas de um paleontólogo. Ainda bem que são apenas as emoções que têm esse poder, e não os dinossauros, porque, ao longo do livro, ficamos cada vez mais gratos por eles estarem extintos e tudo ser apenas uma história de ficção científica.

Terminei a leitura querendo consumir mais desse universo e fico grata por Crichton ter agraciado seus leitores com O Mundo Perdido – a continuação de Jurassic Park. Se nesta primeira obra, através de uma narrativa acelerada, vamos descobrindo as especificidades de várias espécies de dinossauros, seus comportamentos surpreendentes, pessoas movidas pela ambição sem cautela e debates sobre a utilização da ciência sem controle, mal posso esperar para desvendar os mistérios do segundo livro.

Fica aqui meu conselho camarada, de fã de dinossauros para fã de dinossauros: leia Jurassic Park, mesmo que já tenha assistido aos filmes – ou talvez justamente por isso. Você vai se surpreender!


Aline Caldas Ribeiro, elfa alienígena montada em um Tiranossauro de palavras 🦖



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