Hotel Termush: o apocalipse de portas fechadas

E se o mundo tivesse acabado, mas você tivesse a chance de viver em um hotel de luxo, como se nada tivesse acontecido? Essa é a proposta central de Hotel Termush.
Um retrato do egoísmo humano em meio ao apocalipse
Cientes de que o apocalipse poderia ocorrer a qualquer momento, milionários compram vagas em um hotel preparado para resistir ao desastre e, dessa forma, mantêm uma vida de aparente normalidade, distante do caos que tomou o mundo. Cada hóspede tem seu próprio quarto decorado, refeições servidas em horários fixos, como em um restaurante, e acesso a atendimento médico 24 horas, sempre atento ao estado de saúde de todos.
A história é narrada em forma de diário por um dos hóspedes. Sua identidade nunca é revelada, assim como a localização do hotel e o ano em que se passa. Essa falta de informações, contrasta com a atitude dos personagens, que vivem alheios ao que acontece além das paredes. A vida segue de maneira mecânica, obedecendo fielmente às ordens da administração. Ninguém questiona o que ocorreu no mundo ou o que ainda está acontecendo lá fora. A omissão parece ser um mecanismo de autopreservação.
A verdadeira ruína da civilização
Publicada durante a Guerra Fria, a obra une uma narrativa lenta e quase monótona com uma crítica contundente. O tema central é a desigualdade: dentro do hotel, todos desfrutam do conforto, enquanto os sobreviventes do lado de fora enfrentam os efeitos da radiação, a fome e a falta de qualquer perspectiva de futuro.
Hotel Termush permanece atual porque revela, de forma fria, o egoísmo humano. Mostra como a vida e os privilégios individuais ficam acima da compaixão, e como a empatia pelos necessitados cede facilmente lugar à indiferença. Talvez o verdadeiro fim da humanidade não esteja na catástrofe que devastou o mundo, mas na desumanidade que sobreviveu a ela.

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