Quicksilver, de Callie Hart: fantasia, paixão e rebelião

Maísa Carvalho

Em Zilvaren, a vida se desenrola sob a luz inclemente de dois sóis que nunca descansam. A cada dia, o povo sofre não apenas com a falta de água, mas também com o peso da tirania da Rainha Madra. É nesse cenário árido e desesperador que conhecemos Saeris, uma jovem que faz de tudo para garantir a sobrevivência de si mesma e do irmão mais novo — até mesmo roubar da própria rainha. Quando é pega, sua sentença parece inevitável: a morte. Mas o que Saeris descobre é que o fim pode ser apenas o início.

Após atravessar um portão esquecido pelo tempo, Saeris se vê em um mundo completamente diferente — vasto, fértil e povoado por seres feéricos. A nova terra, contudo, revela velhos padrões: líderes corruptos, injustiça social e uma resistência em busca de libertação. Entre os rebeldes, Saeris precisa lidar não apenas com suas próprias habilidades ocultas, mas também com a responsabilidade crescente de se tornar uma peça-chave em uma guerra que não escolheu.

É nesse contexto que surge Kingfisher, o guerreiro feérico de presença magnética. Ora arrogante, ora surpreendentemente gentil, ele provoca em Saeris tanto raiva quanto desejo, em uma relação marcada por tensão e entrega. Essa dinâmica entre os dois segue o padrão clássico de amor proibido, mas é executada com intensidade.

Além do casal central, Callie Hart constrói um elenco cativante: Carrion, com sua autoconfiança irritante; Ren, um pacificador nato; e Hayden, irmãozinho protetor e doce. Mesmo personagens menores surgem com identidade própria, o que dá profundidade à trama e evita que se tornem meras sombras no pano de fundo.

Apesar de suas mais de 600 páginas, Quicksilver não se arrasta. A autora equilibra ação, intriga política e romance erótico de forma que a leitura permanece ágil e prazerosa. A ambientação é bem construída, contrastando o deserto implacável de Zilvaren com a riqueza visual do mundo feérico, e reforçando que, em qualquer cenário, o poder tende a corromper. A escrita é direta, envolvente e sabe quando acelerar ou desacelerar para manter o leitor preso.

Sim, a história segue fórmulas conhecidas: a heroína com poderes escondidos, o líder relutante que inspira um movimento de resistência, o romance turbulento que evolui até a devoção absoluta. Mas o encanto de Quicksilver está nos personagens, que parecem reais, falham, amam e resistem. É uma narrativa previsível, mas viciante, carregada de emoção, sensualidade e aventura.

Recomendado para leitores adultos — tanto pelo conteúdo erótico quanto pela violência —, o livro é ideal para quem busca uma fantasia romântica que, embora familiar, prende do início ao fim.


Este livro contém:


Recomendado para maiores de 18 anos


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