Entre o desespero e o grotesco: mergulhando em Black Paradox, de Junji Ito
Black Paradox traz a história escrita e desenhada do famoso autor japonês Junji Ito, em mais uma célebre publicação da Editora JBC. Em meio ao auge de lançamentos literários, o leitor brasileiro encontrou conforto nas obras de horror do mangaká.
Em um ritmo que vai crescendo ao longo das páginas, o quadrinho oriental apresenta um grupo de quatro desconhecidos conectados em razão de um desejo em comum: a vontade de cometer suicídio.
O pacto sombrio
Compartilhando a ideia de dar fim à própria vida, os jovens se conhecem na plataforma on-line Black Paradox — um site de encontros distorcidos que busca promover a interação entre pessoas que queiram parar de viver.
Dessa forma, acometidos por medos do futuro ou traumas do passado, Taburoh, Baratchi, Piitan e Marusoh decidem que a única forma de dar fim ao sofrimento é acabando com suas vidas. Durante a viagem até um local afastado para realizar o rito prometido, o quarteto acaba desviando do objetivo quando, inesperadamente, coisas macabras começam a perturbar seu trajeto final.
Em meio a aparição de robôs e doppelgangers, as idas e vindas dos personagens em busca de cumprir o desejo inicial acabam interrompidas quando esferas brilhantes surgem do estômago de Piitan após ela ingerir soníferos. Na crescente loucura descompassada que os quatro personagens precisarão enfrentar, a trama ambienta a criação de um portal de almas em outro universo, gerado pelas misteriosas esferas vomitadas.
O horror palpável de Junji Ito
Sem dúvida, o mangaká Junji Ito aterroriza e insere elementos grotescos em meio ao caos desgovernado que Black Paradox é capaz de transmitir. Com a arte clássica do autor, o mangá preenche suas páginas em cenas de inquietação, se tornando palpável o desconforto dos personagens na trama, enquanto paralisa o leitor com viradas de página capazes de enojar aqueles que não estão preparados para o horror gráfico.
Além da história principal, a publicação inclui dois contos extras para complementar o estilo narrativo do autor, apresentando uma situação improvável de pânico urbano em meio às perseguições de uma mulher que lambe.
Em uma obra que transcende a atmosfera da loucura e do desconhecido, o mangá consegue manter a curiosidade do leitor em alta, enquanto busca as conclusões.
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