A Outra Irmã: o thriller psicológico em que cada silêncio pesa

Victor Paes

O livro A Outra Irmã, publicado pela editora Trama, é um thriller psicológico que pulsa, respira e aperta o leitor com uma força que só histórias bem escritas, emocionalmente densas e narrativamente afiadas conseguem fazer.

A trama nos apresenta Natasha, ou Tasha, a irmã que leva uma vida simples; e Alice, uma cientista brilhante com um mundo reluzente ao redor. Duas mulheres tão diferentes que parecem quase morar em universos paralelos. Quando Alice sugere uma troca de vidas por alguns dias, como um gesto de afeto e cuidado, o que parecia um arranjo inocente abre uma fissura irreversível.

É nesse momento que Claire Douglas, a autora, mostra por que domina com tanta precisão o thriller psicológico. A partir dali, o leitor se vê tragado por uma espiral de incertezas e cercado por perguntas que ninguém parece querer responder. De certa forma, esperamos que algo aconteça de um lado quando, na verdade, ocorre do outro. E isso é totalmente inesperado e genial! 

Pode-se dizer que o que realmente dá profundidade ao livro — e que eleva a narrativa para outro nível — é a presença constante e silenciosa da terceira irmã, Holly, desaparecida ainda bebê. Claire Douglas trabalha essa figura como quem solta linha de pipa aos poucos: cada lembrança, cada menção, cada sombra daquilo que aconteceu há 30 anos amplia o céu da história, estica a tensão e dá ao leitor aquela sensação irresistível de que algo muito maior está prestes a ser revelado.

De certa maneira, Holly é a ausência que pesa. É o eco que nunca se extinguiu, um eixo emocional que molda tudo. Inclusive, sua existência paira sobre a família como uma nuvem permanente: bela, triste, misteriosa —e parte essencial da atmosfera do livro.

Diga-se de passagem, um dos méritos mais fortes de A Outra Irmã é que a autora não se contenta em construir apenas mistério, ela constrói camadas. Camadas de dor, de culpa, de memórias partidas e de relações frágeis, tudo costurado com aquela escrita que parece respirar junto com o leitor.

Sem entregar nenhum segredo, posso dizer apenas que as peças desse quebra-cabeça familiar começam a se mover num ritmo que beira o desesperador. Cada movimento nos envolve mais, pois a confiança racha, a verdade treme e a sombra da irmã perdida continua soprando o vento que leva a história adiante.

No fim, Claire Douglas entrega mais do que um suspense: entrega também um drama familiar em que ninguém parece ser confiável. Literalmente, A Outra Irmã é um thriller psicológico intenso, cheio de atmosfera e que nos prende pelo mistério do início ao fim.


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