A Maldição de Prata

Flávia Bagno

A Maldição de Prata: uma duologia inspirada na lenda arturiana, movida por amor, vingança e adrenalina!

A Maldição de Prata, de Alexandra Bracken, é o primeiro livro de uma duologia de fantasia (+15), publicado no Brasil pela Galera Record. A história é a porta de entrada para um universo em que as lendas arturianas se confundem com becos urbanos e magias ancestrais.

Narrado em primeira pessoa, acompanhamos Tamsin Lark, que, junto do irmão mais novo, Cabell, integra uma guilda mágica que busca tesouros lendários. Seu pai adotivo aparentemente os abandonou há dez anos e, no presente, descobrem que ele desapareceu com um anel da lenda arturiana capaz de quebrar qualquer maldição. Tamsin está determinada a encontrá-lo para salvar o irmão, mas, para isso, precisará unir forças com seu rival Emrys e enfrentar uma legião de caçadores dispostos a tudo por um poder milenar.

A última esperança de salvação

Embora Emrys seja a última pessoa com quem Tamsin escolheria se aliar, ela precisa de toda a ajuda possível para superar os concorrentes nessa corrida pelo anel. Juntos, mergulham em um desafio repleto de perigos, desenterrando um segredo mortal com o poder de despertar fantasmas do passado e destruir sua última esperança de salvação.

A trama nos conduz por uma caçada frenética: criptas abandonadas, passagens secretas, armadilhas letais e segredos guardados a sete chaves. Ainda assim, o coração do livro pulsa nas ambições e nos medos de seus protagonistas. Tamsin, incisiva e protetora, luta contra a própria descrença no sobrenatural. Cabell, marcado pela maldição, carrega um misto de esperança e desespero. Emrys, confiante ao ponto de irritar, revela motivações profundas e, aos poucos, constrói uma aliança instável com Tamsin. Neve surge como contraponto otimista, oferecendo à protagonista a possibilidade de confiar em alguém além dos próprios laços de sangue.

O cenário criado pela autora é um híbrido fascinante. A ideia de que tudo o que ouvimos nas lendas era real — e pode voltar a alterar o mundo — dá ao enredo um peso significativo. A autenticidade da história está nessa construção: cada pista contribui para um clima de descoberta constante.

Além da fantasia, A Maldição de Prata merece destaque pela forma como aborda temas universais: o amor fraternal que ultrapassa qualquer barreira, o medo do abandono e a busca por identidade. Tamsin e Cabell personificam o elo entre lealdade e culpa, enquanto Emrys e Neve exploram a necessidade de pertencer a algo maior. A narrativa equilibra ação e emoção, alternando o ritmo entre cenas intensas e breves momentos de contemplação — uma forma eficaz de manter a adrenalina sem sacrificar o desenvolvimento dos personagens.

De inimigos para amantes

O livro traz um tipo de romance que eu adoro: se você gosta de “inimigos para amantes” e relacionamentos em que um personagem é rabugento e o outro é radiante, vai se encantar com a dinâmica também!

Fui envolvida pela ambientação deste livro desde a primeira página, sem tropeços ou rupturas de ritmo. A voz da narradora parece sussurrar mistérios enquanto nos empurra para dentro de um labirinto. A continuação da duologia, O Espelho dos Monstros, já foi confirmada para este ano — e promete retomar as rédeas da trama com ainda mais magia e reviravoltas.

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