Clássicos atemporais: por que você deveria ler (ou reler) Machado de Assis?
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Se você gosta de literatura brasileira ou simplesmente deseja explorar textos que desafiam o tempo e a sociedade, não há como ignorar a grandeza de Machado de Assis. Considerado um dos maiores escritores da nossa história, ele não apenas construiu narrativas incríveis, mas também deixou um legado repleto de reflexões profundas sobre a condição humana.
Hoje, vamos explorar três de suas obras mais famosas: Dom Casmurro, Memórias Póstumas de Brás Cubas e Quincas Borba, analisando por que elas ainda são tão relevantes e o que você pode esperar ao mergulhar (ou retornar) a esses clássicos.
Dom Casmurro: um enigma sem solução definitiva
“Capitu traiu ou não traiu Bentinho?” Essa é uma pergunta que atravessa gerações de leitores e estudiosos. Publicado em 1899, Dom Casmurro é muito mais do que uma história de ciúmes.
A genialidade de Machado está em sua capacidade de criar uma narrativa repleta de ambiguidade. Narrado por um Bentinho envelhecido, o livro nos convida a questionar a confiabilidade do narrador. Será que as acusações contra Capitu são reais ou apenas fruto de sua insegurança e possessividade? Além do enigma principal, a obra aborda questões como o machismo, as convenções sociais e a memória seletiva.
Se você nunca leu Dom Casmurro, prepare-se para uma experiência envolvente e repleta de nuances. E, se já leu, talvez seja hora de revisitar Capitu com seus “olhos de cigana oblíqua e dissimulada”.
Memórias Póstumas de Brás Cubas: O humor ácido e a crítica social
Imagine um livro narrado por um homem morto. É exatamente isso que Machado nos oferece em Memórias Póstumas de Brás Cubas, publicado em 1881. Considerada uma das obras-primas do autor, ela marca o início de sua fase realista.
Senhor, dai-me forças para vencer as dificuldades que são grandes, mas não me abandoneis nas pequenas, porque estas me abatem.
Com uma abordagem única, Brás Cubas narra sua vida (e sua morte) sem filtros ou pudores, expondo as hipocrisias da sociedade do século XIX. O protagonista é egoísta, irônico e, muitas vezes, cínico, o que faz com que o leitor se depare com reflexões incômodas sobre moralidade, ambição e os valores que permeiam nossas escolhas.
Se você aprecia um texto que desafia convenções e convida à introspecção, Memórias Póstumas de Brás Cubas é uma leitura indispensável.
Quincas Borba: Filosofia, ironia e os paradoxos da vida
“Ao vencedor, as batatas.” Essa frase, retirada de Quincas Borba, é um dos exemplos da habilidade de Machado em usar o humor e a ironia para criticar as relações humanas e os valores de sua época.
Publicada em 1891, a obra apresenta a história de Rubião, um provinciano que herda a fortuna do excêntrico filósofo Quincas Borba. Ao longo da narrativa, acompanhamos como a riqueza muda a vida de Rubião, levando-o à ambição desenfreada e, eventualmente, à loucura.
Mais do que uma crítica à ganância, o livro aborda o impacto das relações de poder e a fragilidade da mente humana. A filosofia do “Humanitismo”, criada por Quincas Borba, também serve como uma paródia genial das teorias filosóficas da época.
Por que Machado de Assis é sempre atual?
A grandiosidade de Machado está em sua capacidade de capturar o que é universal e eterno na experiência humana. Suas obras tratam de temas como amor, traição, ambição, moralidade e os conflitos internos que nos tornam humanos. Mesmo mais de um século após sua publicação, seus textos continuam dialogando com o presente.
Seja você um leitor experiente ou alguém buscando iniciar sua jornada pela literatura brasileira, as obras de Machado de Assis são um convite irrecusável. Visite nossa livraria e encontre esses clássicos que nunca saem de moda. Afinal, o que é atemporal merece ser sempre revisitado.