Cristianismo no Feminino: o papel da mulher na Igreja

Oi oi, manos & manas! Jey, a guria criadora de conteúdos literários para o Instagram @jeybookland, está de volta com a resenha de uma leitura 100% cristã — e não só isso: dessa vez, trazendo um livro de não-ficção, o que me surpreendeu bastante já que raramente consigo ler livros desse gênero.
O livro escolhido para as nossas conversas de julho no quadro Se Liga na Religião é Cristianismo no Feminino: A Presença da Mulher na Vida da Igreja, escrito pela antropóloga e historiadora cristã brasileira Lidice Meyer e publicado pela nossa editora cristã queridinha: Mundo Cristão.
Um resgate histórico e espiritual
Nesta leitura, vamos resgatar bastante a história de mulheres que desempenharam seus papeis cristãos desde o Antigo Testamento até os dias atuais. A autora vai nos fazer entender em detalhes o motivo dessa visão tão predominante e persistente dos homens como destaque no cristianismo, sempre mantendo eles como o centro. Ainda assim, se realmente procurar nas entrelinhas, vamos perceber que o Espirito Santo sempre agiu por meio das mulheres para contribuir de forma significativa, mesmo que em alguma dessas vezes tenha sido passado como ignorado ou desapercebido nas escrituras sagradas.
A proposta do livro é exatamente essa: o resgate da história de mulheres que tiveram papéis fundamentais para a construção do Cristianismo desde o início.
Uma estética que encanta
Vamos lá: vou começar falando da estética impecável do livro. Em cada capítulo, a escritora teve o cuidado de colocar uma obra de arte, pintada por uma artista feminina, inspirada em uma mulher importante da Bíblia que, provavelmente, será citada nas páginas seguintes. Achei isso tão importante! São poucas as artistas plásticas que conhecemos por aí, sempre colocadas em segundo plano, assim como nossas mulheres do Novo Testamento. E as obras são lindas e profundas. Eu sempre me pegava ansiosa em ir para o próximo capítulo e me aventurar em uma nova pintura!
Da linhagem de Cristo às discípulas

A leitura é bem organizada cronologicamente. Começa com alguns fatos históricos do Antigo Testamento, nos lembrando de mulheres “patriarcas” no nosso evangelho, sem as quais a vinda de Cristo não teria sido possível: desde Raabe, Rute, até mesmo Bate-Seba. Sim, se você não sabia, acabei de revelar para vocês que essas mulheres foram fundamentais na construção da linhagem de Jesus Cristo!
E preciso me segurar aqui, porque esse livro tem muitos outros fatores surpreendentes como esse.
Após comentar um pouco sobre os primórdios, chegamos na época de Cristo propriamente dita e suas discípulas. Isso mesmo: discípulas! Mulheres fortes que acompanharam Jesus do princípio ao fim e ainda depois do fim, pois foram testemunhas da sua ressurreição. Passamos pela parte dos apóstolos e das cartas de Paulo — que mesmo sendo acusado de misoginia, teve um papel fundamental em apoiar grandes mulheres na obra — até encerramos com a igreja em tempos mais atuais. É uma viagem completa para compreendermos, sem brechas, o quanto é importante e fundamental o nosso papel na igreja, e que não há espaços para distinção entre homens e mulheres. Ambos são vocacionados e usados pelo Espírito Santo.
Reflexões e descobertas
No geral, foi uma leitura rápida, porém extremamente reflexiva para mim. A escritora realmente demonstra um estudo profundo de altíssimo nível na vivência feminina na história cristã, até mesmo nos trazendo nomes e citações de mulheres que, quando escritas, estão nas entrelinhas. Outras são somente citadas, mas, através desse livro, conhecemos também suas funções.
Um exemplo: você sabia que as mulheres viúvas serviam como diaconisas ou sacerdotisas para as igrejas na época das cartas paulinas? Atualmente essas mulheres são nossas freiras, e agora são mulheres virgens e não casadas.
Gostaria de destacar também uma curiosidade sobre a minha religião: na passagem cronológica cristã apresentada pela autora, há um capítulo que trata sobre a semana da Paixão de Cristo, “comemorada” atualmente tanto pelo catolicismo quanto pelo cristianismo. Em minha religião, não comemoramos essa semana, até porque não se tem uma data específica historicamente falando. Mas, todos os anos, nos lembramos da morte de Cristo tomando a Santa Ceia em comunhão com a igreja.
Uma leitura inspiradora
Encerrando nossa conversa, Cristianismo no Feminino é aquela leitura para você, mulher cristã, que já esteve curiosa sobre a nossa história na construção da Igreja Cristã. É claro que é fundamental entendermos que, para Deus cumprir Seu propósito, Ele não se limita a gêneros. E que, por mais que aparentemente as mulheres não tenham um papel de destaque na Bíblia, fomos usadas desde os primórdios pelo Espírito Santo, para que hoje pudéssemos ministrar nossos chamados na Igreja de Cristo.
Te convido a conhecer um pouco mais sobre nossas “matriarcas” através dessa leitura profunda e indispensável.
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