Nós as chamamos de Bunnies
Maísa Carvalho

Bunnies, porque é assim que elas se chamam. Sério, Bunny: coelhinha.
Já imaginou se ver cercada por um grupo de mulheres que se referem umas às outras como “Bunny”?
É essa a situação na qual Samantha, uma estudante de pós-graduação em redação criativa em uma sofisticada universidade da Nova Inglaterra, chamada Universidade Warren (sim, temos aí um trocadilho, já que a tradução poderia ser algo como “um viveiro de coelhos”), se vê inserida.
Samantha não suporta o grupo de garotas ricas, um sentimento compartilhado por sua melhor amiga, Ava, uma cínica semigótica que não tolera os frufrus das “Bunnies”. Porém, um convite para uma reunião do grupo desperta a curiosidade de Samantha, levando-a a participar. A partir daí, as coisas ficam muito estranhas!
Bunny é um livro distintamente diferente, apresentando uma narrativa introspectiva exclusivamente do ponto de vista de Samantha, que está profundamente imersa em suas sensações negativas em relação ao grupo. A narrativa se divide em três partes, intensificando as situações excêntricas e absurdas que envolvem os personagens, destacando a pouca confiabilidade de Samantha como narradora.
No final, ainda que muitas teorias circulem entre as redes sociais literárias, Bunny pode funcionar perfeitamente como uma sátira acadêmica sombria, enganosamente complexa e cheia de camadas. Sobre solidão e imaginação. Sem dúvida, uma experiência literária marcante, estranha e sangrenta!