O Hospital

Leslie Wolfe, já conhecida pelo sucesso A Cirurgiã, retorna com O Hospital, um thriller psicológico publicado pela editora Faro, que prende o leitor desde as primeiras páginas, misturando suspense, fragilidade humana e o medo constante do desconhecido.
A Protagonista Emma Duncan: Uma Luta Pela Verdade
Logo de início, é apresentada a personagem Emma Duncan, que acorda em um hospital sem enxergar, sem entender como chegou ali e com uma única certeza: tentaram matá-la. A partir desse ponto, a narrativa se transforma em uma espécie de jogo mental, tanto para a protagonista quanto para o leitor. Emma precisa não apenas lidar com a perda da visão e com o trauma recente, mas também tentar montar as peças de um quebra-cabeça que sua memória insiste em esconder.
A Tensão no Hospital: O Jogo Mental
É interessante que o grande trunfo do livro está no modo como Wolfe conduz a construção da tensão. A ambientação no hospital — um lugar que, teoricamente, deveria representar segurança — ganha contornos opressivos. A sensação de aprisionamento de Emma é palpável, e o leitor se vê constantemente questionando, junto com ela, quem está falando a verdade e quem está manipulando os fatos.
Interlúdios Narrativos: Mistério e Tensão
Além do mais, um elemento que merece destaque são os capítulos que surgem como verdadeiros interlúdios narrativos, conduzidos por um narrador cuja identidade permanece oculta. Esses trechos funcionam como pequenas pausas da narrativa principal, mas, ao mesmo tempo, adicionam uma camada extra de mistério e tensão. É como se estivéssemos espiando a mente de um personagem peculiar, cujas intenções são nebulosas e inquietantes. Esses interlúdios são extremamente instigantes, lançam pistas sutis e deixam o leitor desconfortavelmente atento, tentando decifrar quem está por trás daquela voz sombria e qual é o seu papel na história.
A Protagonista Emma: Força e Vulnerabilidade
Vale ressaltar que Emma é uma protagonista que cativa. Mesmo em meio ao caos mental, à insegurança e à vulnerabilidade, ela demonstra uma força admirável. É interessante acompanhar sua luta interna entre acreditar no que dizem ou confiar nos poucos fragmentos de memória que teima em recuperar.
Elementos Previsíveis na Trama: Uma Escolha Consciente
É verdade que, em alguns momentos, a trama apresenta certos elementos previsíveis, especialmente para leitores mais acostumados ao gênero. Algumas revelações não chegam a ser tão surpreendentes quanto poderiam, e certos caminhos da história podem ser deduzidos antes da hora. No entanto, isso de forma alguma diminui a qualidade da obra. Pelo contrário, demonstra que a autora optou por uma construção narrativa mais focada na experiência sensorial, no desconforto psicológico e na tensão constante, em vez de criar plot twists mirabolantes a qualquer custo.
A Escrita de Leslie Wolfe: Ágil e Imersiva
A escrita da autora é ágil, direta e muito eficiente. Diga-se de passagem, a escolha por uma narrativa em primeira pessoa, do ponto de vista de Emma, faz toda a diferença para a imersão do leitor. A sensação é de estar, literalmente, trancado naquele quarto de hospital junto com ela, desconfiando de cada palavra e de cada gesto.
Conclusão: O Hospital é um Thriller Psicológico que Prende
Por fim, O Hospital é um thriller psicológico que cumpre exatamente o que promete: deixa o leitor inquieto, aflito e, por vezes, sufocado. É um livro que fala sobre vulnerabilidade, medo, mas também sobre resiliência e coragem. Apesar de alguns pontos previsíveis, Leslie Wolfe entrega uma obra sólida, instigante e que certamente agradará a quem busca um suspense psicológico inteligente e bem estruturado.
Para quem gosta de tramas que mexem com a mente, este livro vai deixá-lo desconfiando até da sua própria sombra.
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