Mistborn: O Império Final, o início da revolução
E se a confiança fosse a chave para vencer uma missão quase impossível? Se a amizade desse forças para alcançar o inalcançável? Se existisse um mundo em que as pessoas pudessem engolir pequenas quantidades de certos metais para obter poderes? E se eu te contar que tudo isso existe e está a apenas uma página de distância? Você jogaria uma moeda no chão e se puxaria para mergulhar no mundo fantástico de Mistborn, escrito por Brandon Sanderson?
Um Deus no comando de tudo
O Senhor Soberano é considerado um Deus: invencível e imortal. Para reinar, um Deus precisa de um reino e de pessoas, e ele tem os dois. O seu surgimento é uma incógnita. A ele é creditada a derrota das Profundezas — apesar de ninguém saber dizer ao certo o que elas eram —, salvando a humanidade e se consagrando como seu líder. Mas a que custo?
O mundo se transformou: as terras se tornaram áridas, as plantas adquiriram uma coloração marrom, cinzas passaram a cair do céu constantemente e, à noite, surgem brumas nas quais dizem se esconder horrores capazes de corromper aqueles que por elas passarem.
Cinzas, brumas e desigualdade
A população desse local é nitidamente estratificada. De um lado está a nobreza, que, de forma conveniente, fecha os olhos para a opressão — em muitos momentos, ela própria é a força opressora. Do outro lado, estão os skaas, vistos como inferiores por não possuírem poderes alomânticos (calma, você vai entender) e, por isso, tratados das formas mais cruéis possíveis.
Neste primeiro livro da primeira trilogia, acompanhamos Vin, uma menina que já sofreu muito na vida e que, para sobreviver, se sujeita a situações degradantes. A única coisa que a ajuda a lidar com pessoas que a colocam em situações de iminente perigo é a sua “sorte”. Ou, ao menos, ela pensava que o nome daquilo era sorte — até encontrar Kelsier.
Uma garota, uma moeda e um segredo
Kelsier é um famoso ladrão skaa que, ao ser capturado pelo Senhor Soberano, foi enviado para um local do qual ninguém jamais havia saído vivo: os Fossos de Hathsin. Ao se tornar a primeira pessoa a conseguir escapar de lá, ele virou tanto uma lenda quanto um Nascido da Bruma, ou seja, um alomântico — uma pessoa capaz de ingerir metais e queimá-los dentro do próprio organismo para adquirir, momentaneamente, poderes sobrenaturais.
Kelsier explica a Vin que o que ela tinha não era sorte, mas sim o poder de queimar o metal que havia ingerido e conseguir manipular as emoções das outras pessoas. A alomancia era um dom concedido apenas aos descendentes daqueles que permaneceram fiéis ao Senhor Soberano. Caso a linhagem fosse fraca, a pessoa conseguiria controlar apenas um metal e seria um Brumoso. Caso fosse forte, poderia controlar todos os metais e seria um Nascido da Bruma. Então… quem eram os pais de Vin?
Poder, herança e identidade
Apesar de Brandon Sanderson ter escrito esse livro em 2006, no início de sua carreira, a trama que ele criou consegue cativar e envolver os leitores sem deixar que cogitem abandoná-la. Hoje mundialmente reconhecido pela potência de sua escrita, Sanderson estava, aqui, lapidando o seu dom em uma história cativante sobre um grupo de skaas em uma missão impossível: derrotar um Deus imortal.
Mistborn nos conquista desde as primeiras páginas. Nos textos misteriosos que abrem cada capítulo, nos seus personagens cativantes, na evolução de Vin e, principalmente, nas reflexões e paralelos que conseguimos traçar ao adentrar esse mundo.
Um universo que se revela aos poucos
Mistborn: O Império Final é uma leitura indispensável tanto para os fãs da saga Os Relatos da Guerra das Tempestades, que desejam conhecer as origens da Cosmere, quanto para novos leitores que querem entrar nesse fantástico universo compartilhado.
Uma revolução está vindo, e você não vai querer ficar de fora. Te aconselho a procurar a Livraria Leitura mais próxima da sua casa para saber qual será o seu papel nessa jornada.
Não somos invencíveis, mas não somos indefesos. Sempre haverá outro desafio, mas sempre haverá por quem lutar. Sempre haverá outro segredo.
Resenhado por Aline Caldas Ribeiro, Nascida da Bruma pronta para a revolução.
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